Coringa 2 pode dar prejuízo de US$ 200 milhões aos cofres da Warner

Relatório da Variety aponta para perdas significativas aos cofres do estúdio

Após o sucesso estrondoso do primeiro Coringa, que arrecadou mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo, a sequência “Coringa: Delírio a Dois” parecia destinada a seguir o mesmo caminho, mas rapidamente se tornou um dos maiores fracassos de bilheteira da história dos filmes de herói. Lançado há cerca de duas semanas, o controverso musical arrecadou apenas US$ 51,5 milhões no mercado interno e US$ 165 milhões globalmente até o momento, em comparação com os impressionantes US$ 96,2 milhões do primeiro filme em apenas três dias de exibição.

Com um custo de produção estimado em US$ 200 milhões e cerca de US$ 100 milhões em marketing, as perspectivas financeiras do filme são sombrias. As projeções indicam que “Delírio a Dois” pode não alcançar os US$ 450 milhões necessários para se pagar, com estimativas apontando para uma arrecadação final de apenas US$ 65 milhões nos EUA e entre US$ 210 milhões e US$ 215 milhões globalmente. Se as previsões se confirmarem, o filme poderá registrar perdas de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões, marcando um fracasso colossal, se considerarmos o sucesso do primeiro filme.

A Warner Bros. emitiu um comunicado refutando estimativas pessimistas, afirmando que “o filme continua em exibição nos cinemas” e que as vendas de ingressos estão em andamento. No entanto, a situação financeira do filme se complica ainda mais quando se considera que “Coringa” conquistou dois Oscars e se tornou o maior lançamento internacional com classificação R, uma conquista que o segundo filme parece distante de igualar, principalmente se considerarmos o fato de que o filme já estará disponível nas lojas digitais ainda no fim de outubro, com menos de 1 mês em cartaz.

Uma das principais razões apontadas para o fracasso da sequência é a escolha criativa de transformar “Delírio a Dois” em um musical. O primeiro “Coringa” era um drama sombrio que capturava a essência de clássicos como “Taxi Driver” e “O Rei da Comédia”, enquanto a sequência inclui números musicais e covers de clássicos como “That’s Life” e “Get Happy”. A mudança de tom desagradou a imensa maioria da base de fãs da DC, que não esperava essa abordagem.

Segundo o analista David A. Gross, da Franchise Entertainment Research, embora as escolhas criativas sejam admiradas, “desta vez nada funcionou”. A mistura de elementos musicais em uma narrativa de super-heróis pode ter sido uma tentativa de inovação, mas não teve o impacto desejado.

O Cenário Atual do Cinema de Super-Heróis

Além das dificuldades específicas enfrentadas por “Delírio a Dois”, o filme também faz parte de uma crescente tendência no gênero de super-heróis. Com outras sequências como “Aquaman e o Reino Perdido” e “The Marvels”, também falhando nas bilheteiras em comparação aos primeiros filmes, fica claro que a audiência não está mais garantida apenas pelo selo da DC ou da Marvel.

Os próprios executivos da indústria agora reconhecem que a tolerância do público para filmes medianos caiu significativamente. “Os super-heróis costumavam garantir algum nível de arrecadação no fim de semana de estreia, mas não há mais um piso”, afirma um desses executivos. O cenário pós-pandemia trouxe novas realidades para o cinema, onde a expectativa e a recepção do público podem mudar rapidamente.

Em suma, “Coringa: Delírio a Dois” começou sua jornada nos cinemas como uma continuação esperada de um fenômeno cinematográfico, mas agora se vê encarando um abismo de um desastre financeiro. Com um investimento altíssimo e um público decepcionado, a Warner Bros. terá que repensar suas estratégias em um ambiente onde a fórmula dos super-heróis não é mais suficiente para garantir o sucesso. O filme ainda pode gerar alguma receita, mas é claro que não terá o mesmo impacto cultural que seu predecessor.

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