Segundo o diretor, Todd Phillips criou o filme como o próprio Coringa criaria
O mais recente capítulo da saga do Coringa, dirigido por Todd Phillips, tem gerado opiniões divididas entre críticos e fãs, mas conquistou o apoio de uma voz surpreendente: o aclamado diretor Quentin Tarantino. Conhecido por clássicos como Bastardos Inglórios, Pulp Fiction e Django Livre, Tarantino não hesitou em manifestar sua admiração pela sequência estrelada por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, revelando um entusiasmo inesperado para com o filme.
Em uma entrevista no podcast de Bret Easton Ellis, o diretor expressou seu envolvimento emocional e intelectual com o longa. Tarantino admitiu que chegou à sessão com expectativas de apreciar o filme mais como uma “obra intelectual”, algo que o agradaria, mas talvez não o capturasse emocionalmente. No entanto, o efeito foi o oposto:
“Eu realmente, realmente gostei, de verdade. Muito. Tremendamente, e fui ver esperando ser impressionado pela direção. Mas pensei que seria um exercício intelectual à distância que, no final, eu não acharia que funcionava como um filme, mas que eu apreciaria pelo que é. E eu sou apenas niilista o suficiente para meio que gostar de um filme que não funciona exatamente como um filme. É como uma grande bagunça em algum grau. E eu não o considerei um exercício intelectual. Eu realmente me envolvi.“
Entre os pontos altos destacados por Tarantino estão as sequências musicais:
“Eu gostei muito das sequências musicais. Eu me envolvi de verdade. Quanto mais banais eram as músicas, melhores elas eram.”
Para ele, esses momentos criaram uma atmosfera única, envolvente e cheia de humor, características que raramente associa a um filme desse estilo. Além disso, ele ressaltou o desempenho de Joaquin Phoenix como um dos melhores que já testemunhou, reforçando a força do protagonista em sustentar a narrativa complexa e emocional de Phillips.
Para Tarantino, a visão de Phillips para o personagem não apenas dá vida ao anti-herói, mas também o incorpora. Ele destacou a maneira como Phillips usa os recursos do estúdio, abordando o projeto com uma atitude quase anárquica:
“Ele está dizendo ‘foda-se’ para todos. Ele está dizendo ‘foda-se’ para o público do cinema. Ele está dizendo ‘foda-se’ para Hollywood. Ele está dizendo ‘foda-se’ para qualquer um que possua ações da DC e da Warner Bros. E Todd Phillips é o Coringa. Um filme do Coringa feito pelo Coringa, é o que é. Ele é o Coringa.”.
Essa ousadia faz de Phillips, segundo Tarantino, alguém que se recusa a jogar pelo livro de regras de Hollywood. Assim como o personagem que ele traz para a tela, o diretor faz de Coringa: Delírio a Dois uma “grande caixa de surpresas”, chocando e provocando seu público de maneiras inesperadas.
Com essa análise, Tarantino não apenas reafirma a complexidade e a audácia de Todd Phillips em Coringa: Delírio a Dois, mas também reflete sobre a própria natureza do cinema como uma arte capaz de desafiar, desconfortar e entreter de forma única. Para ele, Todd Phillips não apenas dirigiu um filme sobre o Coringa — ele tornou-se o próprio personagem na criação de uma obra que provoca tanto risos quanto reflexões profundas.
“Além de tudo isso, achei realmente engraçado”. – Ressaltou.
Ainda em cartaz no Brasil, Coringa 2 já está disponível em mídia digital nos EUA, enquanto aguarda lançamento nas plataformas digitais brasileiras.